"Alma, vida e poesia, tempo e pessoas queridas! Jornadas de tantos suores e de tantas alegrias!"

Caros amigos!

Bem vindos ao meu fogão virtual. Aqui vou manter atualizado sobre minhas andanças, fotos e trabalhos novos que venho escrevendo. Convido todos a participar, deixar recados e mandarem e-mails se quiserem!

Um grande abraço a todos e boa viagem por entre essas linhas...

domingo, 5 de julho de 2009

Cerca de pedra moura

Cerca de pedra moura
Costeio de tropa larga
É madrinha das estradas
Do Rio Grande altaneiro
Foi o rumo do tropeiro
E trincheira em emboscada

Taipa que foi outrora
O reponte do progresso
Das invernadas o começo
Sustento dos matadouros
Quando o charque e o couro
Valiam mais que agora

Com a bárbara engenharia
De um material primitivo
O conhecimento instintivo
De noções de arquitetura
Fizeram da pedra dura
Um passo evolutivo

Do negro que te construiu
De sol a sol a preceito
Tinha a força e o jeito
No peito a raça bravil
Mas sem do açoite respeito
De alicerce muito serviu

Que dura a vida do escravo
Sem poder contestar
Mas sempre a sustentar
O futuro do Rio Grande
Forjado a ferro e sangue
E a pata de cavalo

Taipa que foi sestiada
E abrigo do andante
Onde a tropa se escora
E facilita a ronda
Pra que do frio se esconda
Quem vem judiado de estrada


As porteiras de vara
E a mangueira redonda
Onde o potro a doma encontra
E o gado não dispara
E pela mão do paisano
Deixa de ser orelhano

Cerca que ganha vida
Na minha imaginação
Pois te faço recordação
Dos tempos de ou tras lidas
Quando tropas d’outros pagos
Cruzavam no teu costado

Te olho no horizonte
Cerca de pedra empilhada
Que costeia a estrada
Adiante do sol poente
Que vai despacito apeiando
Ao final de outra campereada

Te vejo assim no reponte
Das lembranças mais antigas
Onde o passado e o presente
Se funde em nostalgia
E o tempo reverencia
Ó Cerca de Pedra valente!

Gurupí (TO) 05-02-2005
Revisão maio-2007

Nenhum comentário:

Postar um comentário