"Alma, vida e poesia, tempo e pessoas queridas! Jornadas de tantos suores e de tantas alegrias!"

Caros amigos!

Bem vindos ao meu fogão virtual. Aqui vou manter atualizado sobre minhas andanças, fotos e trabalhos novos que venho escrevendo. Convido todos a participar, deixar recados e mandarem e-mails se quiserem!

Um grande abraço a todos e boa viagem por entre essas linhas...

sábado, 28 de agosto de 2010

Carroceiro

Rédeas de corda, sem par nem comprimento

Vem desgastadas, já puídas pelo uso

Carreteando ele faz o seu sustendo

A vida pobre não deixou outro recurso

 

Entrestecido vê os outros à sua volta

Quando businam ou olham atravessado

Achando que bem fosse sua escolha

De viver desse jeito amargurado

 

Carreteiro, na família vai pensando

Não deixar um outro dia sem ração

O piazito faminto e sugismundo

A quem pensa um dia em dar educação

 

E observa vinhos finos, mesa farta

E não entende como alguem pode passar

Despercebido frente à face da miséria

Ou não tem tempo para isso analisar

 

Quantos valores deturpados hoje vemos

E quanta gente sem ganas de trabalhar

Quisera todos creêrem que o futuro

Do país é algo bom para lutar


 

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Leaving Lubbock

 

It’s time to saddle up

And compose my saddle bag

Full of stories I will return

To sing on my way back

 

When I look back on my shoulder

And see what I have done

Many dreams I’ve realized

Over all this year long

                        

And listening to the rhythm

Of the hooves on the floor

I think “behind I am leaving

Home, friends and much more”

 

Like iron branding cattle

Leaving marks on the hide

Lubbock will be for me

A time to take for life

 

Many friends, many memories

And no moments to forget

Lots of joy I found here

And some day I will come back.

 

Lubbock, TX

Marcelo Wallau, June 2010

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Homenagem aos 91 anos da Sociedade Rural de Sant’Ana do Livramento

IMG_2197No dia 19 de julho houve uma janta no Movimento Nativo Coxilha de Sant’Ana em homenagem aos 91 anos da nossa Sociedade Rural. Nesse evento, o Núcleo Jóvem da Rural, presidido pelo meu grande amigo Bento Brochado, participou ativamente e eu fui honrado com o pedido de uma poesia para homenagear esses tauras precursores da nossa sociedade rural. Bento e Matheus Ribeiro também fizeram algumas coplas enquanto eram entregues os mimos dedicados aos produtores mais velhos.



Homenagem à Rural

“Los hermanos sean unidos

porque ésa es la ley primera

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tengan unión verdadera

em cualquier tiempo que sea

porque sy entre ellos pelean

los devoran los de ajuera”*

Relato aqui num recuerdo

Que assim Martin Fierro diria

Por conhecer bem e a fundo

O homem das pradarias

Pois já previa as tendências

Da moderna sociedade

Sabia que precisamos

Trabalhar com seriedade

Dos alicerces primitivos

Do gaúcho em suas coxilhas

Respeito, honra e bravura

Nos ideais Farroupilhas

Despertou um sentimento

De classe, sangue e razãoIMG_2168

Juntar-se pra como um todo

Defender o nosso chão

E dos verdes campos vastos

Da nossa Sant’Ana querida

Viu-se a necessidade

De ter sociedade unida

Criou-se uma associação

Pra ver sonhos verdejar

Prosperidade neste chão

E causas para lutar

Viu-se no campo nativo

Espécies juntas convierem

Todos em prol de uma causa

Juntos para produzirem

Novas idéias, novos rumos

E interesses no horizonte

IMG_2172Trazendo assim o futuro

E o progresso de reponte

Quantos homens de estirpe

Aqui se fazem memória

E colocaram Livramento

Nas páginas de nossa história

Quantos vultos do passado

Influências do presente

Aqui a deixar legado

Para o futuro desta gente


Sant’Ana tem história e tem razão

Povo forte, peleador e aguerrido

Defendendo a pátria, Farroupilha coração

Não importa de onde venha o inimigo.

Não deixemos nossa força esmorecer,

Nem deixemos nosso nome se apagar,

Vamos juntos trabalhar para crescer

E no futuro gerações sempre inspirar.

O meu agradecimento e reconhecimento pelo legado deixado por esses tauras...

Saludos,

Marcelo Osório Wallau

São José do Sarandi, Sant’Ana do Livramento

Inverno de 2010.

*Fragmentos de Martin Fierro, de Jose Hernandez

domingo, 8 de agosto de 2010

Trip East Coast - final

Terça-feira, dia 25 de maio, pegamos a estrada rumo a Ithaca, NY, onde fica a Cornell University, mais uma das famosas em agronomia. Lá nos esperava a dona Ruth Pond, mãe do Dr. Pond, que nos acolheu pelos dois dias que passasmos em Ithaca. Chegando por lá fomos direto à casa da Dona Ruth e depois de conversarmos um pouco com ela fomos dar uma volta na Universidade. Cornell é muito linda, no alto de umas coxilhas e com um grande lago logo abaixo e prédios antigos por todos os lados (não como os de Hardvard e Yale, mas muito bonitos também).
Na quarta-feira eu tinha uma visita agendada com o Mr. Benson, contato passado pelo Dr. Cherney, que nos levou para visitar a propriedade de leite do irmão, que trabalha no sistema orgânico. Uma boa estratégia de mercado, pois se paga $10.oo a mais por cwt (100 libras) de leite. No momento os preços do leite no mercado a granel nos US não são dos melhores para o produtor, o que tem incentivado muitos a deixarem de produzir e mudar ou variar de atividade. Um dos aspectos que mais ficam marcados em uma viagem são as pessoas que conhecemos por onde andamos. A Dona Ruth não foge à essa regra. Uma senhora muito legal e hospitaleira, que nos recebeu muito bem em sua casa (onde antigamente tinha um Bed and Breakfast), nos contou muitas histías sobre a Noroega (de onde seus pais vieram), Europa, Colômbia (onde moraram por 2 anos) e Estados Unidos. Foi um prazer enorme poder tê-la conhecido. Saímos de Ithaca na quinta-feira, dia 27 de maio, de manhã e pegamos o nosso para Ilinois. Nosso destino do dia era chegar o quanto mais perto de Chicago possível. Passamos por belas paisagens no interior do estado de Nova York e depois Pensilvania. No mesmo dia passamos por Cleveland, onde apenas dispendemos algumas horas para passear pela cidade, e posamos por perto de Toledo.

Na sexta-feira chegamos perto de Chicago e passamos o dia fazendo compras em um outlet. Posamos em uma pequena cidade na beira do lago Michigan, quase na fronteira de Illinois e Wisconsin. No sábado pegamos o rumo, por algumas estradas internas, para Madison, capital do Wisconsin. Nos tomou um pouco mais de tempo mas valeu a pena pelas paisagens do interior do  “Dairy country” dos Estados Unidos. Em Madison passeamos pelo centro, capitol, vimos uma feira de fazendeiros e a University of Wisconsin, uma das mais importantes em agronomia nos US e pioneira dos programas de pós-graduação da agronomia da UFRGS e de conservação de solos no RS.  De Madison tocamos para Milwaukee, outra cidade na beira do lago Michigan, onde passeamos pela cidade e pelo porto. Uma cidade bem linda a beira do lago e com bela arquitetura. A noite passamos na estrada rumo a Chicago. Passamos o domingo em Chicago, que nos surpreendeu pela beleza. Uma cidade grande mas com ares de “cidade de praia” pois tabém fica na beira do lago, tem porto e muitas alternativas culturais. Pegamos um belo dia e conseguimos aproveitar bem. De Chicago fomos para Urbana, onde passamos a noite. No dia seguinte fisemos uma visita à University of Illinois, onde fica o primeiro campo experimental dos Estados Unidos. Destino do dia foi Saint Louis.

Como já estavamos na estrada a uns 25 dias e o cansaço pegando, infelizmente não fizemos muito em Saint Louis, só passear pelas margens do Mississippi River, ver o “Gate to the west”, um enorme arco que fica nas margens do rio, e alguns pontos turísticos da cidade. Terça-feira, dia primeiro de junho, tempo passando muito rápido e a viagem perto do fim. Decidimos tocar de volta para casa, pegamos o rumo direto para Oklahoma City (chegamos no fianal da tarde) e demos só uma volta para conhecer a cidade antes de seguir na estrada. Infelizmente a cidade estava vazia, talvez pelo calor que era bastante forte, mas podemos conhecer o centro, brick town e stockyards.

Quarta-feira, dia 2 de junho, último dia de viagem, já estavamos perto da fronteira de Oklahoma e Texas. Pegamos a estrada e paramos em uma cidadezinha chamada Matador, TX, onde fomos conhecer o Mr. Moore, um famoso cuteleiro do Texas. Lá tivemos a chance de ver umas das melhores facas feitas no estado, isso dito por vários amigos. De Matador até Lubbock foi rápido, aroveitamos para rever os fatos da veagem e as possoas que tivemos a cance de conhecer. Foi muito joia! Eu consegui realizar mais um sonho, que era cruzar os US de East to West.

Resumo da viagem: 28 dias, 6000 milhas (9600 km), infindas histórias para contar! Meu amigo Gustavo, gracias pela parceria, e que indiada em tche!

Depois de ter conhecido Harvard, Princeton, Yale, Cornell e tantas outras fico pensando comigo: “aqui cruzaram grandes mestres e nomes da história, será que seguirei os mesmos passos?” Se sim ou não não sei ainda, mas com certeza trabalharei para isso…

Trip East Coast – parte 2

  Sexta-feira, dia 14, tocamos direto para Blacksburg, VA, onde fica a Virginia Tech University e onde os pais do meu amigo Josh McCann, que nos aguardava, são professores. Encontramos o Josh e fomos dar uma volta para conhecer o campus e conversar com alguns professores. A Dr. Allen foi professora por IMG_0683lá e deixou um rastro de amizades incível. Sempre que eu comentava que estudava e trabalhava com ela o pessoal ficava muito contente. Fomos conhecer os departamentos de Plant and Soil e Animal Science. Depois deixei meu carro para arrumar uma roda que estava mal e fomos com o Dr. Mark McCann visitar alguns experimentos. Gostei muito da VT e Blacksburg parece ser uma ótima cidade para morar, no meio das montanhas e cheia de verde e rios. A noite passamos com o Josh na casa dele, foi uma bárbara experiência ter ficado com a família deles lá. Foram muito receptivos e além do mais o lugar onde eles vivem é incrível (uma pequena chácara nos arredores de Blacksburg).

Sábado depois de alimentar os animais (e a nos também) fomos para aIMG_0707 cidade pegar o carro (e pagar a conta, o que nos deixou um pouco tristes, mas era necessário para a segurança) e tocamos para Lexington, visitar o VMI (Virginia Military Institute) e encontrar o Mr. David Fink, manger da estação experimental da VT em Steeles Tavern. Tivemos um belo touIMG_0735r com ele pelos experimentos e uma aula dos tipos de sistemas de produção de gado de corte usados naquela região. Ele é uma pessoa com grande experiência na área e um belo tino para pesquisa também. Valeu muito ter visitado lá.

No Domingo dia 16 de maio chegamos à “capital mundial”, Washington, DC. Chegamos pelo meio dia  e já fomos conhecer o National Mall, onde ficam o National Capitol, a White House, o Lincoln Memorial, o Washington MIMG_0761emorial e os museus Smithsonian. Fomos conhecer todos esses pontos e depois entramos no Museum of American History. Final do dia fomos para o hostel, nossa primeira experiência em hostel nos US. Chegando lá fomos sair para tomar uma cerveja e nos impressionamos  com o custo de tudo na cidade. Não dá para fazer nada sem desembolçar uns bons 20 dollares. O hostel bastante ruim por sinal, limpo e tudo maIMG_0769is mas não é o mesmo espírito dos hostels da Europa. Na segunda-feira fomos no Air andIMG_0791 Space Museum, que dizem que é um dos melhores museus na área nos US. Fui muito bom mesmo. Depois disso fomos na Congress Library e Capitol. Amazing!! Ainda mais para nos que gostamos das letras. Gostei de ver uma exposição sobre mapas e cultura da América Latina e a biblioteca do Thomas Jefferson.

O plano era ficar  mais um ou dois dias na cidade, mas o custo era tão caro que decidimos tocar adiante para Maryland. Paramos em ao lado de Baltimore pa    ra comer um peixe e seguimos estrada até acharmos um lugar bom e barato para ficar. É bom ficar em hotel de indiano que eles sempre negociam bastante, então conseguimos baixar em geral $10 ou $12. Na terça tocamos para a PhiladelphiaIMG_0943 , uma cidade antiga que foi cenário de várias páginas da história americana. Vimos o Liberty Belt e o  Constitution Hall e depois fomos comer o famoso Philly Chease Stake. Depois demos mais uma volta pelas avenidas velhas da cidade e tocamos norte rumo à Princeton. Lá passamos a noite e no outro dia conhecemos a Princeton University. Muito linda por sinal. Dali pegamos para New York. Antes de chegar passamos por um outlet para fazer umas compras básicas. Chemgamos em NY já a noite e fomos direto para o Brooklyn, onde o nosso hostel era.

Primeiro dia em NY, primeira parada foi o Central Park, um lugar lindo para ir matear e ficar observando as pessoas. Tem cada tipo! E brasileiro então se perde as contas. O que mais se vê nos pés dos caminhantes em geral são Havaianas. Depois do central park fomos caminhando para o sul de Manhattan e fizemos um tour geral pelos principais pontos do Soho, Little Italy, Greenwich, Chinatowm, Civic Center e outros tantos que nem me lembro. Conseguimos ver a Estátua da Liberdade bem de lejos e passamos pelo Stock Market, pela estátua do touro e muitos outros pontos ao redor do Civic Center. NY também não é das cidades mais baratas, felizmente tem subway para comer em todos os cantos, isso ajuda nas despesas. Sexta-feria fomos de manhã cedo para o Metropolitan Museum of Art. Sem palavras para descrever os inúmeros quadros do Monet, Van Gogh, Pissarro, ou mesmo o templo egípcio que tem lá dentro com as múmias, ou ainda a arte quase que insana do Picasso. Bom… só vivenciando mesmo para poder entender como é viajar do egito em 200o BC até a  França no ilusionismo e aos dias modernos com as imcompreensíveis artes modernas.

Após isso fui na Public Library pesquisar sobre uns ancestrais meus, da parte dos Wallau, que vieram para NY da Alemanha por volta de 1855. A parte de genealogia deles é muito bem organizada, consegui até que rápido os dados que eu queria. Depois fiquei um pouco no Bryant Park e voltei para o hostel para descansar. O hostel não era grandes coisas de novo e acabamos descansando pouco todos esses dias que ficamos ali. Mais tarde voltamos para Manhattan para tomar um mate no parque, encontramos um grupo de repórteres brasileiros, já fizeram uma entrevista conosco ali e depois fomos para a Times Square.

Sábado foi dia de museu novamente. Dessa vez o Natural History Museum. Muito bom mesmo! Inda mais que tinha várias coisas sobre os primórdios da agricultura em várias partes do globo. Incrível como as civilizações, mesmo que afastadas e sem cominicação, dispunham de ferramentas semelhantes para trabalhar. Fomos para o Central Park depois tomar um mate e depois fomos de volta para as partes históricas da cidade. Na noite encontramos uns amigos do Gustavo e fomos sair, uma prática não muito aconselhável para quem não quer gastar muito (a não ser que não beba, como nos fizemos).

A primeira coisa que queriamos fazer no domingo de manhã cedo era pegar a estrada para sair de NY, e foi o que fizemos… rumamos para Boston. NY é uma cidade interessante, muita história e cultura, mas muito grande e complicada para viver. O que não me agradou mesmo foi a falta de educação do povo lá. A regra geral é cada um por si e os outros que se ralem. O som que me lembráda cidade é de buzina. Mas valeu a pena ter ido. Experiência impar (ou talvez par com São Paulo). 

Na ida para Boston paramos em New Heven, onde fica a universidade de Yale, uma das mais antigas e famosas dos US. A faculdade é simplesmente linda, muita história e os prédios formidáveis.  Chegamos por lá na metade da tarde, uma rica cidade que merece mesmo o nome de New England. Cidade simpática, cheia de prédios antigos e com gurizada nova. No hostel conhecemos uma guria do Rio que já conhecia a cidade bem e nos levou para dar uma volta pelos principais pontos ao   redor. Foi uma boa trip. A cidade é um pouco cara mas nada comparada a DC ou NY. Na segunda, dia 24, fomos visitar Harvard e o MIT. Muito joia! O museu do MIT é legal, mostrando as pesquisas que eles fizeram nos últimos 60 anos. É quase inconcebível pensar que eles já pesquisavam inteligência artificial na década 1950. Os caras são bons mesmo! Depois dos passeios fomos tomar um mate na beira do Charles River e passamos no Cheers, um bar famoso por causa de uma série de TV (para mim desconhecida) que está lá desde 1895. Fazendo dinheiro vendendo cerveja desde então.

Bueno, aqui damos uma pausa. Daqui para adiante é só voltar pro Texas.