"Alma, vida e poesia, tempo e pessoas queridas! Jornadas de tantos suores e de tantas alegrias!"

Caros amigos!

Bem vindos ao meu fogão virtual. Aqui vou manter atualizado sobre minhas andanças, fotos e trabalhos novos que venho escrevendo. Convido todos a participar, deixar recados e mandarem e-mails se quiserem!

Um grande abraço a todos e boa viagem por entre essas linhas...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Texas, por Borges

When I first came to Texas people here use to ask me if I was homesick, how was I feeling about being here away from my place. I always answer that I am really ok because I feel like at home here. Jorge Luis Borges also had this same feeling and following is a poem that he wrote when he came to the south plains. I want to share with you this beautiful poem by Borges:

 
Texas
 
Aquí también.
Aquí como en el otro
Confín del continente, el infinito
Campo en que muere solitario el grito;
Aquí también el indio, el lazo, el potro.
Aquí también el pájaro secreto
Que sobre los fragores de la historia
Canta para una tarde y su memoria;
Aquí también el místico alfabeto
De los astros, que hoy dictan a mi cálamo
Nombres que el incesante laberinto
De los días no arrastra: San Jacinto
Y esas otras Termópilas, el Álamo.
Aquí también esa desconocida
Y anciana y breve cosa que es la vida.
_________________________________________________________

Here too.

Here, as on the other extreme of the continent

-- the southernmost frontier -- the infinite field where the solitary yell dies.         

Here too the Indian, the lasso, the bronco.

Here too the secret phoenix that beyond history's uproars sings to an evening and its imprint on life;

Here too the mystic alphabet of the stars that today dictates to my quill names the incessant labyrinth of life refuses to sweep away:    

San Jacinto and that other Thermopylae, the Alamo.

Here too, that unknown and anxious and brief thing that is life.




Mais andanças por fazendas

Buenas pessoal!!

Desculpem minha ausência das letras, mas esses úiltimos dias tenho corrido um pouco mais que o normal e a inspiração não andava muito no meu costado. Mas bueno, desse último mês tem bastante histórias, vou contando elas despacito em diferentes posts para não enjoarem de ler.

Primeiramente quero agradecer o apoio de todo o pessoal ai do Brasil e aqui dos EUA para conseguir mais um feito. Consegui autorização e apoio de todos os lados (TTU, Agro, Capes) para poder ficar mais um semestre aqui nos EUA. Vou ficar aqui no Texas até Junho de 2010 aprendendo sempre e mais. Estou muito feliz pelo feito e muito grato pelo apoio principalmente de meus professores aqui e do meu coordenador ai na UFRGS, professor Emerson Del Ponte, que sempre acreditou em mim e no meu potencial e principalmente tem confiança na minha pessoa. Obrigado Prof. Emerson!! O professor Aderbal e o professor Christian que também me incentivaram a ficar. Pai e mãe muito obrigado também, pois sem vocês não seiria po$$ível ficar aqui (he.he).

Bom, vamos ao "relatório técnico" :

Desde que cheguei aqui no Texas tenho procurado aprender e obser var ao máximo tudo que posso. Por essas andanças tenho observado aspectos, técnicas e manejos que, alguns, meus olhos julgam "errado" (baseado no meu background). Felizmente sempre (e principalmente quando estou fora do meu ambiente) tenho em mente a máxima que "temos dois olhos e duas orelhas para observar e escutar bem e mais, e apenas uma boca para poder falar menos". Com isso tenho formado muitas novas opniões sobre aspectos que julgava saber algo. Quando cheguei aqui me falaram em manejo das pastagens por fogo. Na hora pensei "mas que coisa arcaica!! Como podem ainda fazer esse tipo de manejo?". Em uma das aulas com a Dr. Allen perguntei por que essa "adoração" pelo fogo que o pessoal tem aqui (existe uma cadeira aqui na faculdade que se chama "fire ecology"), ai ela me fez pensar um pouco sobre a região onde estamos (semi-árido, chove 400 mm por ano, plano e ventoso) e sobre eventos naturais e históricos. Tendo isso em mente, vê-se que o fogo se faz presente desde os tempos antigos, se não por eventos naturais por ação do homem nativo que habitava a região (tempo de retorno de 6 anos ou menos). Mesmo sendo pelo homem, há bastante tempo para a seleção e adaptação das espécies ao manejo por fogo. A quantidade de folhas senescentes que se tem nas pastagens aqui não é muito grande mas mesmo assim havería acúmulo de material morto na superfície, pois a taxa de decomposição é baixíssima (não tem humidade suficiente). Tendo em vista isso, é fácil para que se inicie fogo. Por experiência própria a Dr. Allen ela nos contou que colocaram fogo num experimento e tinham umas bandeirinhas plásticas (que usam para marcação de linhas de trasmissão de energia, água...) e que o fogo passou tão rápido que havia bandeiras que não foram queimadas. Esse é o tipo de fogo desejável, rápido, pois assim não queima a superfície do solo. É muito importante o entendimento do ambiente e dos fatos que constituem esse ambiente para que possamos entender o manejo, as utilizações e principalmente, para que formemos conclusões sobre o que estamos vendo. Felizmente guardei meus pensamentos para mim mesmo e não falei para ninguem que faziam manejo "errado". Se aprende muito por aqui!

No início de novembro estive com o Rodolfo (um amigo de Campina Grande, PB, que veio fazer umas pesquisas de mestrado aqui) em uma fazenda de um cara que conheci em um jogo de Football aqui na Tech. Wade Davis é engenheiro de helecóptero e nas horas que pode é fazendeiro (assumiu a fazenda do pai há alguns anos quando ele faleceu) e lá tem mantido um rebanho de novilhos certificados (hormone and medication free) para recriar (400 até 800 lb)e vender aos confinamentos na volta. Interessante foi o método de compra dos animais: existe um site na internet (http://www.superiorlivestock.com/) que tu anuncias animais para venda e dá as características; tudo tem garantia; o comprador acessa o site e procura o que mais lhe agrada; existe um representante deste site em cada região (em vários estados dos EUA) que avalia os animais para venda e acompanha a chegada e inspessão dos animais comprados; se há algum fora do padrão o site se compromete em repor o animal ou repor o dinheiro. Muito interessante o método e, segundo Wade, é muito confiável e nunca teve problemas. No dia que estavamos na fazenda dele ele esperava uma carga de animais vindos do Wyoming (19 horas de estrada) que foram comprados para fechar com as características dos animais certificados que ele já tinha pastando. Com essas certificações ele consegue até $10 (se não me engano)a mais por cada 100 lb de peso vivo (cwt). Ele cria os animais com feno (red top) e pastejando trigo.

Outro final de semana depois fui visitar o sr. Sammy Brown, dono do Brown Feeders, em Friona, TX. Conheci ele em uma reunião do Texas Cattle Feeders Association que fui em Amarillo umas semanas antes da visita. Muito atencioso, me mostrou o confinamento de 5000 cabeças que tem para preparação dos animais para confinamentos maiores. Ele faz esse serviço pois em confinamentos grandes há um custo maior de tratamento dos animais, por isso fazer acordos para alguem fazer essa primeira etapa de mudança de ambiente e alimentação (depois de desmamados). De novo me chamou a atenção a mão-de-obra utilizada.. Na propriedade são só um vaqueiro e um funcionário para alimentar os animais contratados e mais o dono e a esposa. O pessoal mete a mão na massa mesmo. Andando pelas baias ele me mostro diferentes padrões de qualidade de animais (diz que há alguns lotes provindos de estados onde até 30% dos animais adoecem, outros não chega a 10%). Outro dado que confirmou das aulas e de outros confinamentos que visitei é o problema com Charolais. É problema no confinamento (para engordar) e difícil de passar adiante também. Os animais Angus e Hereford cruzados com outras raças são os preferidos dele. Me agradou bastante do amochador que eles usam (foto) que é a gás e nunca esfria (o amochador é a gás, não precisa de aquecedor). As mascas em geral são todas elétricas. As pistolas de vacinação eram colocadas em uma bandeja de pintura com uma esponja embebida em solução desinfestante. Achei bem boa a ideia, pois acaba com aquele negócio de por a pistola direto na mesa e de bater a agúlha (que acaba perdendo o fio). Além disso creio que ajuda em manter a higiene.

Outro feito também foi que fui à fazenda do meu amigo Chris

Ashbrook acompanhar e participar do final da colheita de algodão - strip cotton (as fotos não são da fazenda dele). Bem interessante! Estava com receio de que não participaria de nenhuma colheita de algodão aqui (quase inaceitável estando numa das regioões maior produtora do produto no mundo).

Na ida para o Brown Feeders cruzei por um confinamento de ovinos. Quero ver se consigo voltar lá para visitar. Outra coisa que vi interessante foram os silos (para silagem) aqui. Quando fazem a silo compactam bem e não colocam lona por cima: chove tão pouco durante o inverno que não é uma grande preocupação com possíveis perdas por umidade. Na Argentina eu já tinha visto isso, mas lá estragava um pouco mais, por que chove mais, mesmo assim o segredo (sempre) está na compactação. Se tiveres um silo bem compactado com ou sem lona só há perada de uma pequena camada superficial.

Muito obrigado Wade Davis, Sammy Brown e Chris Ashbrook pela oportunidade da visita.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Meus pêsames

Foi com profundo pesar que recebi a notícia do falecimento do nosso querido Ir. Firmino Biazus. Sei que é um momento de muita tristeza para a comunidade Marista e também para a comunidade de Porto Alegre, pois ele era uma pessoa cuja influência ia além dos portões da escola, mas também creio que agora é um momento de refletirmos à respeito de toda a obra que o Irmão Firmino deixou durante seus vários anos como membro desta congregação; cada marca que ele deixou na vida de todas as pessoas que passaram pelo Colégio Rosário durante esses anos; cada voto de felicidade e prosperidade profeciado aos alunos do fundo do seu coração. Me alegra lembrar de ver a emoção dele diante de qualquer conquista de algum de seus alunos. Ainda hoje me lembro do espanto que tive quando o Ir. Firmino, pessoalmente, foi à Feira do Livro de Porto Alegre me saludar quando lancei meu livro e de ver a felicidade nos seus olhos por estar diante de mais um Rosariense conquistando um sonho. Não posso esquecer também da sua acompanhante no momento: a inseparavel e inigualavel Genô. Lembro das Semanas Farroupilha no colégio onde ele sempre vinha juntar-se à nós na roda de chimarrão e ver como tudo estava andando. Enfim, muitas memórias, muitos momentos belos que me vêm à recordação agora. Fico sentido pela partida mas muito feliz por ter conhecido e convivido com essa pessoa tão especial. Apamecor 017 Marcelo_e_Bento_no_palco_com_Ir_Firmino

Aos meus amigos, professores, coordenadores e colegas meus profundos pesares. Lastimo não estar com vocês neste momento difícil, mas sempre estarei presente de alma e coração. Ao Colégio Rosário meus profundos sentimentos,

Marcelo Wallau, Lubbock, Texas, 04 de dezembro de 2009.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

The beef issue, food market and feeding

Last Thursday I went to the Texas Cattle Feeders Association Annual Convention, in Amarillo, TX. One of the topics that most caught my attention was the speech provided by Forrest Roberts, NCBA (http://www.beef.org/) CEO, talking, among other subjects, about challenges for the future in the beef industry. Continuing there was another speech provided by Jim Wiesemeyer, from Washington, and also spoke about changes that the beef industry will probably have to face in the next few years.

In one of the speech it was shown a report published in the Time Magazine (August 31st, 2009) by the headlines of “Getting Real About the High Price of Cheap Food”, written by Bryan Walsh (http://www.time.com/time/health/article/0,8599,1917458,00.html). This article talks about the “way of producing” livestock and the riskiness of producing and consuming non-organic foods. Take a look in the tag or in the pictures bellow to check the report. Considering that this magazine has a world wide circulation, and worst, among people that have never been to a farm before, that don’t know the reality about how animals are raised, this is one of the most aggressive propaganda against the meat sector. Not that what is sais is a lie, but it to generalized to take it as a true for all farms.

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The marketing against the “factory farm” is huge (not just this one that I cited, but several other that occurred along the last years). I, personally, do not think that those farms are the most beautiful thing in the world (I do prefer grazing than feeding), but we still have to feed this same world. And how? Producing food, producing quality and quantity, so there will be a chance for people that do not have access to organics to eat. I agree perfectly that we need to have more careful with animals welfare and have a more conscious way of producing. The point is that people take such examples as the reality of all single farms around the world. Would be nice if we all could produce in grazing, even because the cost of production is much lower, but imagine finding pastures for 100 million head that US have nowadays.

The way that people produce here in US is turning into a too expensive issue. It is a fine balance between profit and losses. Heavy incentives from the government are added to the piece of beef that is eaten everyday. Feedlots are delivering animals everyday to the slaughter, corn is steam flacked for feeding those animals and the chain goes back to ethanol, to distillers grains, to corn and soybean that can be used to human feed (not that this affect much the human feed industry, but imagine all the corn that goes to the feedlots nowadays going to barns to feed people; they can probably stop planting corn next season because the market will be overfilled with the product).

Facing the growing of the East (particularly China and India), more grains will be required, meaning more corn and soybean, what will make the prices (probably) skyjack. According to Wiesemeyer this will be one of the biggest reasons for the feeders change the feed basis and return for grazing. Allied to that will be the income with Carbon Credits generated from the pastures (and now we talk about a sensitive organ from the human body: the pocket). Those two reasons will incentive the “setback” of the cattle industry. I particularly do not agree that will be a regression, but a change in the way of producing. And, yes, the prices will increase too, probably.

But linked to that is all the marketing against beef (and now also poultry and swine) eating. Behind all this is the appeal for the unhealthiness of consuming this products. Again, because of the lack of knowledge people trend to reduce the consume or even banish it from their houses. The beef industry in US is playing hard against this “bad marketing” of meet and invested a lot in reversing the situation, telling people that the villain is not the beef, but normally the way that it is consumed.

The beef industry has a hard way ahead. Rebuilt the consumer trust by telling them their history, showing the sustainability of the beef supply chain and being prepared for the changes that are coming ahead.

Another issue regarding changes in beef industry (discussed in class with Dr. Allen) is how the consumer will face a different kind of beef, because the texture and taste of the beef and color of the fat are different, due to the grazing (diet). The American consumer is used to the feedlot finished cattle, more tender and white fat. So it will be a big change to the grazing finished beef. It might (if the changes in diet happens) take a while to the market to accept this new product.

Still talking about market, other point (discussed in class with Dr. Pond) is about the boundaries barriers settled by several countries against our meet (meaning our in Brazil and here in US). It is more a marketing regulation tool than care with health (sounds that is unhealthy, but is not what I mean). Even though, nowadays the European consumer is the one that dictates the rules of producing and all the world follows those rules, being in consuming or being in producing, because nobody wants to lose that powerful and rich market.

On the other hand, most people that support and produce organics (talking about Brazil) are the same that condemn the systems, the capitalism and everything that they can be against. The only cons is that their costumers are, mostly, people with medium to high income, that have extra money to afford buying a (most of the times uncertified, meaning about Brazil, because I don’t know how certification works here in US) organic product. Not that I am against organics, far away from that. But I think that we need to have a better overview of all chain before criticizing. Organics are normally (depends on the producer) good, healthier, tastes better and all qualities that we know. We should eat more locally, incentive producers in our community, try to find a better way to deal with hunger (that from my point of view we do not have a food crisis, we have a distribution and interest crisis). I just think that those products must be better regulated, need some rules for produce. Otherwise anybody can produce anything and say that is organic. And, careful, we can not associate always just the fact that is organic with a healthier product.

Summing up, from a Brazilian perspective, we are producing a different type of beef. A grazing produced beef. This is good for us, give us a better position in international market (even because our cost of production is low). Are we a step ahead? It is hard to say, but probably yes. What are the next rules? Nobody knows. Depends how the market will behave.

For this report I joined subjects discussed in class with Dr. Pond and Dr Allen, part of F. Roberts and J. Wiesemeyer speech, data from Time magazine and my own opinion.”

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Hopper’s Farm – Petesburg, TX

Já fazia um tempo que eu estava para ir visitar a fazenda do irmão do Dr. Hopper, Ronny, e não tinha a oportunidade. Na última sexta-feira (dia 23/10) Thomas e eu fomos à Petesburg para fazer essa visita. Thomas é um dos alunos da Tech que vai para o Brasil ano que vem, fazer parte do mestrado dele conosco lá na UFRGS, e o pai dele trabalha nessa fazenda que nos fomos visitar.

Não tive a oportunidade de conversar muito com o proprietário, mas o filho dele, Arn (com  quem trabalha em parceria), nos recebeu muito bem. Conversamos muito além das cerdas da propriedade e entendi um pouco mais o estilo do pessoal aqui.

Uma coisa que me chamou muito a atenção na propriedade foi a organização em tudo, desde peças para reposição, maquinário, ferro-velho, documentação e tudo mais. Isso ajuda na otimização do tempo de serviço, eles não tem que procurar nada pois sabem onde está e se precisam carregar alguma coisa é só pegar a empilhadeira e colocar no reboque. Ferro-velho não se vê muito, como eu já tinha comentado de ter visto em outras propriedades. Quando entramos no galpão de peças e oficina (é mais que um almocharifado) me impressionou a quantidade de pratelerias com gavetas e todos os tipos de peças e equipaentos como torno e solda necessárias para quaisquer reparos. O argumento para tamanha infraestrutura e estoque é que leva muito tempo para ir à cidade, buscar uma peça que falta e voltar (cerca de 30 a 50 minutos), além do combustível gasto e de alocar uma pessoa para fazer isso. Parece pouco, mas é um tempo perdido importante se considerarmos época de colheita, ainda mais que eles fazem colheita para outros fazendeiros na volta.

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As terras da propriedade não são todas juntas, isso dificuta a logística, então fica complicado de terem que votar ao galpão para fazerem reparos. Por isso, para facilitar ainda mais, eles tem uma van-oficina, com aparelho de solda, gerador e outras ferramentas, e ali carregam tudo necessário para reparos a campo. Outro aspecto distinto da propriedade é o aproveitamento de materiais. Tudo o que pode ser reutilizado é estocado e restaurado, se não tem mais utilidade é vendido para outras pessoas como peça usada ou para ferro-velho. Arn está sempre procurando materiais que possa comprar por preço barato para reutilizar. Uma das últimas aquisições foram canos galvanizados de um antigo poço, que ele planeja utilizar para fazer mangueiras para o gado (embora no momento não tenha nada de animais).

Em meio a uma das conversas Arn me disse que um das grandes fontes de renda para eles é colher algodão para os outros, pois o algodão de eles plantam não gera uma entrda considerável, que se não fosse pela tercerização de serviços nessa área, não teriam resultados com o setor. É interessante rever alguns pontos sobre isso, pois ele não foi a primeira pessoa a me dizer a mesma coisa. Considerando isso, na mimnha opnião, o produtor de algodão segue fazendo plantando pois: 1) ganha subsídeos do governo (o que parece que está por mudar); 2) já é uma tradição e não quer parar de plantar, até por que “não sabe fazer outra coisa”; 3) tem renda não-agrícola, ou 4) tem medo de mudar de setor no mercado, mudar o tipo de exploração, por desconhecimento, falta de força de vontade ou (uma aspecto que me chamou a atenção) por incerteza na sucessão. Os gastos com algodão são bastante altos (vou pesquisar a respeito disso um pouco melhor para poder colocar alguns números), entre eles o gasto com energia elétrica para irrigação corresponde a aproximadamente 40% do total.

Nessa propriedade eles também plantam milho irrigado, uma lavoura não tão comum aqui nessa região por causa da escacez de água. Eles chegam a aplicar 20 a 22 polegadas (mais de 500 mm) de água no milho. É de se pensar a respeito da sustentabilidade e rentabilidade desse cultivo, pois aqui muito se fala da superutilização do Aquífero Ogallala (abaixo vou colocar alguns links com informações sobre o aquífero), que vem apresentando redução no nível estático de água durante esses últimos anos. Mas, todo o caso, me disseram que era uma cultura rentável para o nível tecnológico que eles usam.

Irrigação é impressionante aqui em toda essa região, até por que sem ela não se produziria o tanto que se produz de algodão (20 a 25% de todo o algodão dos Estados Unidos só nessa região em cerca de Lubbock) e nem outras culturas como o sorgo granífero, alfafa para feno e um pouco de trigo. Nessa propriedade há uma rotação de áreas em baixo dos pivôs, ou seja, todo o ano tem pivô que fica parado ou subutilizado. Isso se deve principalmente à capacidade de suporte do aquífero. O maior pivô que eles tem na propriedade é de um pouco mais de 3/4 de milha (mais de 1200 metros), que aproveita cerca de 65% da área (80 hectares), e não mais por causa de uma estrada que corta a fazenda. O custo de implantação desse pivô, segundo o dono, é mais ou menos a metade do que seria normal, devido à área abrangida (U$250, apriximadamente).

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Ainda sobre algodão, notei que quase sempre as linhas de plantação são curvas, mesmo não estando em baixo de pivô central (aqui também tem irrigação subsuperficial por gotejamento, que inclusive o governo paga metade dos U$1.000 por alqueire, e algodão não irrigado). A resposta pude presenciar no domingo passado quando voltava do Novo México quando enfrentamos uma tempestade de poeira. A erosão heólica aqui é muito intensa, então o plantio em curvas evita que o vento ganhe intensidade nas entrelinhas (que por sinal quase sempre descobertas) e eroda o solo, além de que a poeira “queima” o algodão (suja), diminuindo o valor de mercado.

Essa também foi uma das poucas propriedades que fui que se faz “plantio direto” (pelo que entendi é mais um cultivo mínimo), com rotação de culturas. Se não me engano, eles fazem uma aração a cada 3 anos (a justificativa é o manejo de nutrientes, não entendi muito bem o propósito). Em conversas com outros fazendeiros aqui, perguntei por que não faziam o plantio direto, as respostas eram variadas, do tipo: por causa do manejo de daninhas, por que não é eficiente, por que sempre plantaram no convencional, outras que não lembro… Mas quando perguntava sobre cultura de cobertura sempre me diziam: “não plantamos nada de cobertura para não gastar água”. Não achei uma razão boa para não colocar cobertura, pois muitos deixam o solo descoberto e há uma perda grande por erosão heólica, perda de nutruentes por escorrimento (não tão importante por que aqui é muito plano, mas o solo é argiloso), e materia orgânica creio que não deve ser maior que 0,5%.

Nessa propriedade o Arn me disse: “eu faço plantio direto e tenho sempre cobertura por que assim consigo colher o máximo possível de água da chuva, já que a matéria orgânica consegue absorver mais do que seu peso em água e estocar para a próxima cultura, isso me diminui bastante a necessidade de irrigação. Quando planto algodão sem irrigação ou sorgo sem irrigação, esse estoque de água da MO é a fonte principal para a cultura, já que as chuvas são escaças. Quando chove (e geralmente a intensidade é grande), consigo absorver o máximo dessa precipitação.” Interessante ponto de vista…

Gostei de conversar com o Arn pela visão de negócio que ele tem. Infelizmente notei (e já havia percebido em outras conversas com outros prorpietários) o quanto o pessoal é restrito ao local onde vivem. Não querem sair, não conhecem muito à volta. Espero estar enganado, mas ao que parece, mara muitos mas não generalizando, que o que importa é o que eles tem à volta, não importa os outros estados, quanto menos outros países. A impressão que dá é que falta uma visão de mundo. Mesmo assim, o nível de trabalho e tecnologia é muito alto, e, mais interessante, quem trabalha na propriedade são os donos (creio que já falei isso, mas reforço) e um ou dois funcionários. O pessoal sobe mesmo para as máquinas.

Bueno, acho que é isso! Assim que der volto a escrever!

Abraço a todos!

 

Mais informações:

Aqui tem um trecho da introdução de um artigo da Dr Allen (2004)  sobre sistemas agrícolas aqui na região:

“CONVENTIONAL MONOCULTURE AGRICULTURAL SYSTEMS can reduce the quality of soils by loss of organic matter and structure because of low levels of organic inputs and regular disturbance from tillage practices. Cotton produced in the Texas High Plains region has been under continuous monoculture and conventional tillage systems that contribute to wind-induced soil erosion and reduce organic matter of these semiarid soils (V. Allen, unpublished data, 2004). Besides loss of quality in soils under continuous monoculture cotton systems, there is concern that irrigated cotton is using water from the Ogallala aquifer at rates that exceeds the water recharge. Thus, recent efforts are focused on developing integrated cotton cropping and livestock production systems that reduce water withdrawn from the Ogallala aquifer and that provide more conservative sustainable agricultural practices”

http://soil.scijournals.org/cgi/content/full/68/6/1875

Mais informações sobre o Aquífero Ogallala estão disponíveis nesses sites: http://en.wikipedia.org/wiki/Ogallala_Aquifer; http://www.waterencyclopedia.com/Oc-Po/Ogallala-Aquifer.html

 

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Há um ano…

Há um ano Claudio, Bento, Jorge, Carlos, Leôncio, Gisela, Ricardo e eu corriamos contra o relógio para poder-mos terminar a tempo uma obra que deixou todos orgulhosos quando finalmente ficou pronta. Se não fosse pelo esforço e dedicação de todos, dando o melhor de sí e, principalmente, colocando o máximo de carinho em prol, não sei no que teria saido. Ou melhor, não teria saido. Mas como o “se” não existe, aqui estamos, todos muito contentes e recompensados com a trajetória que foi traçada. DSC08996

(Na foto, da esquerda para direita: no fundo Claudio Strüssmann e Bento Brochado; na frente Marcelo Wallau, Leôncio Severo, Carlos Wallau e Jorge Figueras)

Falo do livro "Tropa de versos - meus olhos de ver o mundo…" que dia 6 de novembro faz um ano que foi lançado na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre. Essa conquista tem me trazido, e acredito que a todos que participaram, muita alegria e orgulho, pois assim deixo meu rastro marcado por onde passo. Imagino que daqui a pouco eu volte a escrever de novo, quem sabe no quinto ou quinquagésimo ano do lançamento, e aida vá refletir tão ou mais intensamente a alegria que esse meu primeiro livro traz!

Convite Lançamento do Livro

Já o fiz inúmeras vêzes, mas não canso e repito: quero deixar um muito obrigado à essas queridas pessoas, irmãos de alma e de princípios, que me apoiaram e me amadrinharam nessa trajetória. Muito obrigado por acreditarem no meu potencial e seguirem até o fim comigo nessa estrada, que além das pedras que encontramos mais facilmente, todos os dias me entrega flores, pessoalmente. Sem vocês não seria capaz de chegar a esse resultado.

Um grande abraço!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Lubbock Feeders - Feedlot

Here there is some information regarding a visit to Lubbock Feeders (http://www.lubbockfeeders.com/) that I went with the feedyard management class on September 29th.

The Lubbock Feeders is located close to the city of Lubbock, in a strategic point close to the rail road and some highways. Their capacity is 45,000 hd at the same time, what would mean 99,000 hd per year. By the time that we went there were 25,000 hd being fed. The animals are preferentially Mexican cattle and crossbreed, because of the adaptation, conversion ratio and easiness to sale. There were some Braford in one of the pins, but mostly they are a mix of colors. The most difficult animals for sale are the Charolais. 

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The animals are feed once a day, preferentially in the same time every day. The routine helps the cattle to get adapted easily to the feedyard and improve gain. If they take too long to feed the animals get more stressed.

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Feed is flecked corn basis, with distillery residual and supplementation with micro ingredients and roughage (hay). The distillery residual is difficult to manage because has high humidity (means that they are buying water too) and needs to be used in the same day.  They are able to make 400000 tons of feed per day. The facilities are 3 corn fleckers and 2 big mixers. The feed is delivered by trucks in, normally, at the same time every day. The feed production per day is about 1 million pounds.

There is no shade for the animals in the pins. There are two kinds of pins: one with a dirty floor and other with concrete floor. In the pins there are the bucks and the water tank as well as an irrigation system (sprinkler) that helps to maintain the temperature comfort and keeps the dust down.

There are 20 employees working in the feedlot. They are responsible for everyday operations, such as feeding, taking care of ill animals, cleaning and moving cattle when needed and managing. There are more 2 hired professionals that assist the feedlot: one nutritionist and one veterinary. Daily observations consist in looking for animals that present atypical behavior indicating illness or problems in adaptation to the feedyard or the feed. If there are any animals with problems they are take to some facilities that are located in the middle of the feedyard that are called hospitals and they are kept there receiving special cares. The responsible for taking care is called “doctor”.

The mortality is about 1% in spring and summer time and 2% in winter an fall time. This difference is, probably, due to the climate changes during the winter (what was explained by the manager), even though they do not have a too cold winter, so there are probably other more factors included in this indices. Probably because the age of animals when they come to the feedlot (after wean) joined to the low temperature and stress due to the new feed and environment.

The budget for running the feedlot is US$25 million (and according to the manager is not one considered big, Cargill’s for example is about $400 million) and the margin that they have to deal is very short and sometimes they run out of money too. This is not considered a very big feedlot. The fly control costs US$15,000.00/ year and the control company goes to the feedyard once a week to verify and make the control.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Colorado

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Trip to Dallas and Trip to Colorado







Hello everybody! Sorry for taking too long to write again, but I had two rush weeks. Summing up all I’ve drove 3000 miles and crossed through 4 states. It was tiring, but amazing!!!
First of all I went to Dallas/Fort Worth to meet my mother and some other Brazilians friends (Zezé and Miguel, all miniature horse breeders) that came here to the 2009 World Miniature Horse Fair. We stayed 6 days around there, in the fair first and then visiting some Miniature Horse and Miniature Donkey farms. The fair was impressively big, with more than 170 classes and, if I am nor wrong, five barns full of horses! Yes, it was huge. The most interesting thing was the preparation of those animals and the lavishness of the stands of the farms. As I said before (in the other post), it is compared to a 5 star hotel hall. The quality of the animals caught our attention too. There were several really good animals in the show, in some way a different type from the ones we have there back in Brazil, even though there are some characteristics of those animals that we are trying to introduce in ours. After the fair we went sightseeing and, of course, to the outlet to buy some cloths. The farms that we visited were also really nice, the animals in a impressive good shape (well fed and treated) and awesomely tame! All the donkeys and the horses came when the owner called them in the field and all of them were easy to catch. I’d learned a lot about horses with Zezé. We had a great time together!

After that I came back to Lubbock, stayed two days and took my way north to Colorado. I had no travel plan defined by the time that I left home, juts that I want to be in Denver on Sunday to enjoy the day there before driving up to the Rockies Mountain on Monday. On my way I stopped by two jersey dairy farms. In one I couldn’t see anything but in the other one the manager told me that it was no problem to go around. I really wish he could go with me around to explain me what they had there, but he was busy, so I just went around a bit and took my way north again.
That day I had to sleep in Colorado Springs because of the ice in the road.The windshield started to freeze and I couldn't see anything ahead. It was almost impossible (for me at least, because I am not skilled in ice driving) to go further because it was too slippy. That night the temperature was something around 17° F. It was a good idea stopping. Sunday I headed to Denver. I had a problem in my car so I stopped for almost 2.5 hours. Denver is a really welcome beautiful city. I liked it.














I expended all the Monday driving through the Rockies Mountain. It was a pity that the National Park was closed because the cold weather, but I took an alternative road (a route that is called from peak to peak) that was really a pretty pleasant slow drive. I had lunch in a camping site close to a lake. I tried to hike there but I walked 100 meters and I was already breathing hard (now I understand what is running in the altitude). It is hard to describe the feeling of driving there and seeing the snowy mountains close to you and being at more than 10000 ft high. It is enormous. It is incredible. It is Fantastic!
After that I went to a small old town called Central City, regarding from the Gold and Silver rush (full of casinos and hotels). It was like one of those old towns that we see in western movies. By the way, most of the cities in that area are small, encrusted in the hills and with that old atmosphere (and buildings too). Going on, I took I-70 and passed through Vail (a beautiful expensive skiing town) and took my way to Leadville (the highest town in US - 10200 ft) to spend the night there. The Rockie Mountains are one of the most beautiful places that I have ever been in my life.

I went back to Lubbock next day. From Leadville I took my way down to the interstate 25 driving along the Arkansas River and than through some high-plains where there were several farms and Angus and Hereford herds. From Colorado I entered in New Mexico (Raton) and headed to Amarillo again and from where I took south to Lubbock. I spent all the day traveling. I was tired when I arrived home, but the trip was rewarding! New Mexico is a nice place too with more cattle in the field that here around.
I have much more things to say but I think the pictures will tell more about that (and more easily). Take a tour in http://wallau.shutterfly.com/ (password = wallau).

Fim de Romance

(Leitura de um quadro de Antônio Parreiras, Final de Romance, 1912, Pinacoteca de São Paulo)

Foi numa estrada deserta
Num fim de dia nublado,
Viu-se um cavalo encilhado
Nenhum ginete por perto.
Bem aperado pra lida
Parado feito estátua
Quem de longe enxergava
A cena não entendia

Mas quem se aproximava
Sentia o cheiro de sangue
E via no mesmo instante
Que a cena não acabava.
Um par de botas estendido
E o cavalo de rédeas soltas
Tinha a cabeça baixa
Cheirando um vulto no chão

A garrucha desarmada
Num último rástro de pólvora
E o seu destino comprova
Que a vida não vale nada
Por causa de amor
Se findou pra um a estrada
A camisa agora encarnada
Também mancha o corredor

E o colorado, pobre parceiro
Como velando um amigo
Parado, sem entender o sentido
Deste fim por sofrimento
Parecia não creer
No que via a sua frente
Como esperar que o ginete
Ainda voltasse a viver

O que deixara no rancho
Além de ausência e saudade
E a erva azeda de um mate
Que deixara antes de ir?
O pelego que curtira
Para ela de regado
Junto de um ramo de flores
E de um violão calado

E por um amor esquecido
Ou falta de um bem querer
Um gaúcho decide morrer
Por um fim sem sentido
Fora a última encilhada
Pra ver a prenda domingo
Por um romance perdido
Foi o fim da sua estrada

São Paulo, SP, Junho de 09
Lubbock, TX, Outubro de 09



domingo, 11 de outubro de 2009

Gypsy Life... andarilho!

Buenas pessoal!

Desculpem andar meio sumido esses últimos dias, mas aproveitei a visita da mãe aqui para tirar uma folga e agora nesse fim de semana tem Fall Break aqui então estou viajando pelo Colorado (vejam bem, o Colorado estado, não confundam... hehe). Semana passada fui para Dallas/Fort Worth para uma exposição de Miniature Horse e para visitar umas crisções ali pela volta também. Por lá encontrei o Zezé e o Miguel, dois amigos e criadores de São Paulo e seguimos a jornada juntos. A feira estava muito boa, impressionante a organização e infraestrutura dos caras. Os stands das cabanhas pareciam saguão de hotel de luxo. Muito lindo. A qualidade da cavalhada muito boa também, um pouco diferente da nossa ai do Brasil. Fomos a 2 fazendas, uma de miniature horse e outra de miniature donkey para ver alguns animais. É inacreditável a docilidade dos bichos, aqui eles criam para servir como pet mesmo. Quando entramos no campo em que estavam os bichos todos vinham correndo ver e cheirar.

Voltei para Lubbock na quarta à noite e sábado já vim para o Colorado. Agora estou em Colorado Springs, perto de Denver, e tive que parar aqui por que a estrada tava com muito gelo ai não arrisquei a seguir viajem até a capital. Mas hoje sigo o baile por aqui. Meu plano é passar o dia hoje em Denver e amanhã subir a Vail ou, mais provavelmente, ir no Parque Nacional das Montanhas Rochosas (dica do pai), onde chega a mais de 4000 metros de altura. Diz que é muito lindo lá! Meu rumo depois é Vail e Aspen, e seguir de volta para o Texas que quinta tem aula.

Bom, vou ficando por aqui e encilhando de volta para seguir andando. Na volta escrevo melhor sobre tudo isso mais o que eu vivenciar nesses próximos dias.
Um grande abraço a todos!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Final de semana e polo



Os últimos dias aqui foram bem corridos. Detalhe foi que a lingua que eu menos falei foi o inglês. Quinta-feira passada (dia 24/09) a tardinha chegaram aqui em casa uma tropa de andante: o Rodrigo, a mãe, a Andressa e a Neila. Passaram comigo aqui até sábado. Teve muito legal o tempo com eles, lástima que foi curto e não deu para fazermos muita coisa. Pelo menos deu para assar uma carne aqui em casa na sexta-feira, e tava bem boa!
Semana passada também acabei descobrindo que a faculdade tem um time de polo e que estão precisando de jogadores. Me enturmei com o pessoal e fui lá para o clube no sábado a tarde e domingo fui a Midland ver a final de um pequeno torneio e jogar (ou melhor, aprender a jogar). Não tive muita dificuldade pois grande parte do polo é saber se equilibrar para poder taquear bem. Agora é so ajeitar a pontaria e perceber bem a distância entre o taco e o solo, mas isso acho que eu pego bem ligeiro. Quem me convidou para ir foi o Steven, cujo os pais são muito bons no polo e a mãe no hipismo também (eram atletas proficionais), nem precisa dizer que tive uma baita aula por lá!! Foi bárbaro o final de semana.
Outra guria que conheci (foi quem primeiro me apresentou para o time) é a Lucy. Ela está começando no polo mas já trabalha com cavalos desde pequena, foi criada numa fazenda no Novo México e fez estágio em Cordoba. Bueno, por falar em Argentina, o que me impressionou quando cheguei no sabado lá no clube de polo foi que tinha umas duas cuias e pessoal tomando mate e falando espanhol e castelhano (me refiro ao nosso castelhano ai do sul, por que o espanhol mexicano é muito diferente). Quem trabalha com cavalo aqui tem que lidar muito com mexicano e no polo tem muito argentino, ai estão as influências. Acabei que conversamos muito em espanhol esse final de semana. Estava muito bom!


Sábado também teve um churrasco na casa do prof. Christian onde juntou os amigos dele e mais o pessoal que vai no intercâmbio ano que vem para Porto Alegre (só faltou o Tomas). Fiquei bem faceiro de ver que as gurias estão bem empolgadas de ir e que estão se esforçando bastante quanto ao aprendizado da lingua portuguesa

Andanças... aprendizados...

Tenho aprendido com a vida
Em mim a achar respostas
Vejo que o mundo gira
E assim pego a volta
Vejo nos olhos dos outros
Medo do inusitado
Vejo que o tempo cura
Todos os males do passado

Confio no meu destino
Assim luto e tenho fé
O que quero vou conquistando
Com vontade e com suor
A força que trago nos braços
Me vem de dentro do peito
Pois é de berço que trago
O meu orgulho e respeito

Quando escolho minha estrada
Sigo com passo firme
Vou aprendendo com a jornada
Tudo que o mundo ensina
Observo à volta nos detalhes
Me aproximo de gente
Pois se cerca do positivo
Quem quer ir para frente

O mundo é as vezes nebuloso
Hay que querer enxergar
Tem que ter força de vontade
Para assim o sucesso alcançar
Me olho, paro, analizo,
Remôo as coisas que vi
Assim aprendo comigo
O que não ensinam por ai

As palavras me saem dos lábios
Mais despacio que as recebo
Meus olhos procuram à volta
Por mais um ensinamento
Onde cruzo deixo rastros
Fico feliz com o que sou
Deixo sempre a porteira aberta
Para voltar por onde vou

Lubbock, TX, set - 2009

Farm and Ranch

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Final de semana em Gainesville

Fim de semana passado fui, a convite de um colega de aula, passar em uma fazenda em Gainesville, TX, perto de Oklahoma. A cidade é pequena, uns 20.000 habitantes, mas a região é muito conhecida pelos ranchos de cavalo, em grande maioria Quarto de Milha. A infraestrutura dos caras é de invejar, muito bem aparelhados e a cavalhada em geral de qualidade superior. Não chegeui a visitar muitos ranchos, mas nos que tive deu para ver que o pessoal não brinca em serviço! Na ida para Gainesville passamos pelo famoso 6666 Ranch, tem algo como 100.000 acres e 10 mil cavalos, uns 35 veterinários para cuidar de tudo e uma infraestrutura na sede que fica difícil de comentar (quero ver se consigo fazer uma visita a esse rancho; esses dados me foram passados por esse meu colega).

A região essa de Gainesville já é muito diferente daqui de Lubbock: a topografia não é tão plana, chove mais e já estamos na região com árvores (aqui em Lubbock chove uns 470mm por ano e quase não tem árvores no campo, salvo alguma mais adaptada à seca, como a “mesquite”).
Indo nessa fazenda e em outras que já visitei aqui ou mesmo que ví cruzando na estrada notei o quanto de ferro-velho que esse pessoal junta. É impressionante a quantidade e variedade de coisas que tem espalhada, em geral, pela sede. Em especial nessa que fui o final de semana pude encontrar caminhão (até uns que funcionam), camionete, trator velho, lancha, um ônibus, canos, toneis e por ai vai. Me disse o meu colega que o avô dele gostava de juntar o que conseguisse e colocava lá para um dia usar, mas em geral esses ferros-velho se formam dos implementos e materiais que “não tem mais utilidade” na propriedade. Utilidade é algo relativo, por que como aqui toda a hora tem algo novo (o último modelo da máquina que compraste ano passado saiu agora) eles sempre trocam achando que a “velha” está obsoleta. Como é fácil de conseguir crédito e de comprar por que os preços não são que nem os nossos no Brasil eles trocam e mutas vezes deixam os equipamentos velhos atirados. O pior de tudo é que não reutilizam nada, nem partes, nem material, deixam tudo jogado (não é geral, mas a maioria). Se vão fazer uma cerca nova, por exemplo, não utilizam os canos velhos que tem na propriedade, mas compram novos, até por que os velhos pode ser que tenham que cortar.
Além de equipamentos, ferramentas é muito comum de ver de todo o tipo e tamanho nas propriedades. Isso é muito bom por que reduz a dependência de ter que ir na cidade ou chamar alguem para fazer o serviço, além de que diminui o esforço também (aqui vale a lei do mínimo esforço). Além do mais, comprar ferramentas é muito mais barato do que ter que pagar para alguem fazer uma solda, por exemplo. A mão-de-obra é extremamente cara (acho que já comentei isso) e (muito legal também) o proprietário trabalha com poucos empregados ou sozinho, então tem que por a mão na massa mesmo. Aqui eles fazem desde consertos no banheiro ou no galpão e semear a lavoura até avaliação financeira da propriedade e administração (o pessoal trabalha bastante também).
Comparando esses aspectos com o Brasil chego à conclusão que nos sabemos aproveitar melhor o que temos disponível e inventamos mais, por que o crédito e o material são caros, ou seja, tem que se virar com o que se tem disponível, achar alternativas. Ao mesmo tempo passamos mais trabalho para realizar as tarefas, por que nem sempre temos as ferramentas para facilitar o serviço (até por que são caras) e em geral o proprietário ou o gerente não está na parte braçal do serviço, e sempre tem alguém para fazer o que se precisa.

Chasque para o peão novo

O cavalo sempre foi
Do peão a outra metade
Parceiro de lida e cancha
Companheiro sempre às ordens
Costumes e aperos
De norte a sul se diferem
Mas os cuidados são os mesmos
E a isso se referem

Cuidar da cavalhada é vital
Saúde, pelo, crina e casco
Higiene e estado corporal
Nem gordo, nem muy delgado
Se está pesado – adelgaçar
Pois cavalo é um atleta
Se fraco, deixe descançar

Observe crina e casco
É bom aparar se grande
Se não conhece os aprumos
Peça para alguem que saiba
Cavalo de casco torto
Fica manco e tropicão
Perde confiança nas pedras
Se o mole tocar no chão

Para encilhar o cavalo
Hay que prestar atenção
Veja se o lombo está lindo
Antes de por o chergão
Rasqueta ou qualquer escova
Já fazem um bom serviço
Tira a escarra do lombo
Pro basto sentar no limpo


Andar de arreio frouxo
É coisa de quem não sabe
A cincha do peito pra diante
Se afrouxa, aperta e segue
Arreio firme, lombo limpo
Evitam cavalo pisado
Agora, se o basto é ruim
Hay que de pronto trocar-lo!

Cada um tem seus cavalos
Assim funciona a tropilha
Se tem lombo pisado
Se sabe de qual a encilha
Não se judia tão pouco
Cavalo se bem tratado
É de confiança de todos
Não fica sestroso e assustado

Quando findado o serviço
Tira o freio, desencilha
Trata bem este amigo
Sustento de tua família
Se o lombo estiver suado
Larga, por cima, uma água
Se o dia for escaldado
Deixa secar à sombra

Assim tens amigo para sempre
E parceiro pra qualquer lida
Cavalo se bem tratado
É sempre pronto, não refuga
Outra coisa companheiro
Não deixe balda e mania
Tenha arreio bom e arrumado
Não deixe uma anarquia

Se seguir o que te digo
E mas as coisas que aprende
Vai te dar bem na lida
E a qualquer sinal atente
Assim acabo esse chasque
De como encilhar um cavalo
É recomendação do patrão
Pro peão recém chegado
Lubbock, TX, Sept. 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Some considerations...

In one of the classes with Dr. Allen she told us (Cody, a PhD student, and me) something really interesting: the main difference between Grazing system and Grazing method. It is simple! The system is unique, you cannot transfer it to any other place, even when this place is similar and you can’t expect that it will work the same way if you don’t adapt it. It is like this because the system is composed by many parts that work together as an engine. The goal is that each part of this system (lets call them gears) has a particular characteristic from the place where it comes from. And the most important thing is that the gears are biological process, climate, soil, animals, people (employees), market and costumers, which means that every place that you go you will have to know the methods to create a system adapted to this region. The methods are each gear of the system and knowing them means knowing in details how they operate and what are the options if the gear being used doesn’t fit in the big context and makes the system slow down. For example, if you learn how a grazing system works here in Texas and try to bring it back to Brazil there is no way of it to work, but if you know the grazing methods that can be used instead of this one in the “model” (like continuous stocking, rotational stocking, creep grazing, strip grazing,…), it’s easy to adapt them and create a new whole system. The same goes to the way of working (managing): culture is an important factor that cannot be easily changed but you can work on that and reach a balance between what the system requires and what you have available to establish an order. Than you can slowly change to what it requires.
The interaction among the system is really interesting because if you change one gear, the engine can stop, can run faster, can slow down or it can even brake. This gear can change the whole system or can do nothing (can increase or decrease the production costs that bring a different reaction and affect another part of the system). It can change just a part of the whole system and it also can change the interaction among the other parts of it. Because of that it is important to know and learn what you have and how to change it (possibilities and consequences). You have to know how each part particularly works (that is why it is important to study morphology, ecology, sociology, physiology and all those “boring” courses that we have on graduation).
Before I coming here there where some people (not just now in this trip but every time I said that I would like to go studying abroad) that unfortunately asked me things like that: “why I was going out if the things that I would learn outside cannot be brought to our reality, otherwise it would not work” or “things there are different” or “why are you wasting your time if you can stay and work here”. They probably had seen someone that has been to a foreign country and brought a model of production from there (the whole system) and didn’t adapted to their new reality so it didn’t work. I hope that, now, those people can understand why I am here, to learn more and to find the way succeeds!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Fazendas

Desde que vim para cá tive a oportunidade de conhecer algumas fazendas aqui na volta, ainda mais graças ao meu companheiro de casa, o Brandon, que trabalha para a John Deere e tem muitos contatos com fazendeiros. No primeiro fim de semana fui com ele para o lugar que ele trabalha, se chama Morton, umas 60 milhas aqui de Lubbock em direção ao Novo México, e la fomos visitar dois fazendeiros clientes e amigos dele.
O primeiro é um fazendeiro de algodão, Mike, que quando chegamos no campo dele ele estava operando um pulverizador auto-propelido (John Deere também). Depois de uma conversa breve, onde trocamos ideias sobre a atualidade do mercado agrícola brasileiro e americano (e comparação) e diferenças entre produção, produtividade e sistemas, fui dar uma volta com ele no pulverizador. É impressionante o nível de tecnologia que esses equipamentos novos possuem. O operador praticamente não faz nada, é tudo por GPS e piloto automático. Até a abertura e fechamento dos bicos é automática e feita com base em um mapa de satélite que mostra a lavoura e a área que já foi pulverizada e a que falta. O erro desses equipamentos é mínimo, umas 2 polegadas no máximo. A região de Lubbock e Amarillo produzem cerca de 25 a 30 % de todo o algodão e carne dos EUA. A grande maioria do gado é confinado e o algodão só se faz possível aqui por causa da irrigação. Se olhar de cima, como uma foto de satelite, é impossível contar todos os pivôs central que tem aqui na volta. Outro método de irrogação muito utilizado aqui é o gotejamento, por tubos enterrados. Mão-de-obra aqui é muito cara, por isso usam muita tecnologia no campo. O Mike trabalha em aproximadamente 2000 alqueires (830 ha) só com um funcionário. Por vezes o pai dele ajuda também na lavoura.



Depois dessa fazenda fomos a outra de um Texano que morou um tempo em Salta, na Argentina, e tinha uma fazenda lá também. Jason Williams trabalha com recria e manda os novilhos para os feedlots (confinamentos) na volta. Ele é um dos poucos, se não o único, na região que trabalha com pastejo (coisa rara de se ver por aqui é cerca), e é “mal falado” pela volta (chamado de louco até), ou não muito bem quisto, por que não planta algodão. O pessoal aqui é muito conservador e geralmente utilizam práticas antigas e ineficientes (principalmente quanto à irrigação e plantio, a pesar de toda a tecnologia de pivôs e tudo mais). Hoje fui lá na fazenda do Jason de novo e levei comigo um argentino de Chascomus, o Nicolas di Lorenzo, que conheci na faculdade, faz pós-doc em nutrição animal e tava afim de conhecer um pouco de produtores da volta. Um dos assuntos que conversamos foi a viabilidade de plantar algodão e outras coisas aqui, como trigo e sorgo granífero. A margem de lucro é baixa ou nula por vezes, mas como existem subsídeos do governo seguem produzindo, mas o pessoal não se dá conta das alternativas que tem na volta para produzir outras coisas e com menor custo (isso também foi um assunto que discuti com a Dr Allen e que ela tem várias pesquisas sobre). Jason me disse que pode comprar a produção dos vizinhos para alimentar o gado dele e é mais barato para ele do que produzir grão. Tem umas dispariedades interessantes aqui para analizar, mas isso é tema para uma tarde de conversa.
A visita fui muito boa, a pesar de eu já ter ido lá vimos outras coisas mais e conversamos muito. Uma aspecto que deixou o Jason bem feliz esse ano, e que aconteceu muito parecido ai no RS, foi que o preço do terneiro e do novilho (boi) estavam muito parecido, algo em torno de 98 cents e 96 cents respectivamente e ele tem a produção toda vendida já (acordos com os confinadores). Com isso ele consguiu alavancar muita coisa no negócio dele, até por que ele tem essa área (4500 alqueires) desde novembro de 2008.
Para alimentar o gado ele tem um suplemento que preciso perguntar de novo a base de quê que é, pasto nativo, sorgo para pastejo e para silagem. O sorgo que ele tem para silagem é todo irrigado, com pivô central, e semana que vem creio que vai começar a colher (se tudo der certo vou lá dar uma olhada na colheita).



Outro lugar muito interessante que tenho ido é a fazenda da Tech (estação experimental). Na última quarta-feira fui com a Dr Allen pesar um gado que está em um experimento de algodão não irrigado e rotação algodão, tyfton, uma setária (fox tail milot) e trigo. Novilhada com um bom padrão (840 lb) e com um ganho bem impressionante para a região e para a época (ainda mais com verão mais seco), cerca de 2,5 lb/dia. O manejo do gado na mangueira é muito prático e simples. Para levar o gado colocam num reboque (e dos grandes) nas camionetes e levam para a mangueira. Para volta fazem o mesmo. A mangueira é toda desenhada para facilitar o manejo, com ângulos que não fazem o gado parar e na pera e no brete tudo redondo e de chapas metal (não tem diferença de luminosidade, como seria se fosse de tábuas espaçadas, o que facilita para o gado andar). A tezoura ou tronco (squeeze chute) é hidráulica e tem balança ali mesmo. Não se faz nenhuma força, apenas aciona-se algumas alavancas e o tronco se abre e fecha. Interessante é que imobiliza mesmo o animal, aperta o pescoço e os flancos também.
Bueno, acho que já me extendi por demais aqui, espero que tenham gostado das notícias e das comparações aqui. Um grande abraço a todos e até a próxima!

domingo, 30 de agosto de 2009

Um mês no Texas!

Ontem fez um mês que eu estou aqui nos EUA, e para comemorar esse belo início de jornada fizemos um churrasco aqui em casa, com direito até a picanha! Estava bom mesmo, e o pessoal impressionado de como eu tinha feito uma carne só com sal grosso e tinha ficado muito boa (aqui eles enchem de tempeiros). Uma coisa que tem me chamado muito a atenção é como o pessoal é amigo e companheiro aqui no Texas. Por vêzes até em um bar, na rua ou em qualquer outro lugar se conversares com alguem essa pessoa vai ser muito receptiva e se precisares de ajuda certamente te irão ajudar. Tenho feito bons amigos aqui, principalmente por intermédio de outros ou em jogos (como de volei de praia esses dias que acabei conhecendo uma guria de Austin muito legal e outro cara aqui de Lubbock; no final do jogo já peguei o telefone deles e ficamos de marcar outra partida). O pessoal é mujito abreto e não tem tanta malícia.
Essa semana também foi a semana de orientação para os alunos internacionais e início das aulas. A turma internacional é bem joia, tem 3 franceses (Kevin, Sebastian e Arthur), 2 alemães (Anselm e Baris), 2 noroeguesas (Silja e Synnove), 3 brasileiros (Aline, Karen e eu), 5 chineses e uma coreana (que infelizmente não lembro os nomes, até por que o pessoal não se mistura miuto, ficam mais entre eles mesmo). Na orientação recebemos muitas dicas úteis para esse tempo que vamos passar por aqui, como particularidades do ensino americano, diferenças culturais, comportamento, costumes e muito mais. Entramos em contato com estudantes americanos que já fizeram intercâmbio e esses nos comentaram as principais diferenças entre os países em que moraram com os EUA. A turma também é bem festeira, temos aproveitado bastante.



O primeiro dia de aula fui bom também. A única dificuldade que tive até agora foram as unidades e conversões (galões, libras, onças, polegadas, jardas...), mas acho que logo pego o jeito. Outra aula que tive foi de economia e negócios de fazendas. O professor muito legal e sempre se mostrando interessado em ajudar. Uma coisa que vai ser interessante esses semestre vai ser comparação entre sistemas nossos ai do Brasil com os sistemas deles. A aula de economia tem aproximadamente 35 alunos, a de irrigação (a primeira que eu tive) uns 20. São poucos alunos nessas cadeiras mais próximas ao final do curso. As cadeiras básicas, como inglês por exemplo, variam de 150 a 400 estudantes. É muita gente! Ainda não tive aula de confinamento e nem de forrageiras (terça-feira). A cadeira de forrageiras eu achei que não ia fazer (por que só é ofertada na primavera aqui), mas como vou trabalhar com a Dr. Vivien Allen (professora e grande pesquisadora de forrageiras e integração lavoura pecuária, foi presidente da American Crop Society e é muito bem renomeada por aqui) ela me convidou para pegar uma cadeira de estudos especiais, que eles abrem para que estudemos quaisquer tópicos que o professor queira. Na aula iniciamente vai ser um aluno dela de PhD e eu, depois somente eu. Fiquei muito feliz pela oportunidade por que quanto mais eu estudar mais fundo vamos, não temos cronograma para cumprir, então é bastante à vontade. Acho que essa vai ser a melhor cadeira que vou poder ter aqui.
A faculdade é muito impressionante. Iniciando pelos professores, é uma das melhores faculdades aqui do Texas e uma das maiores dos EUA (em termos de área de campus). É realmente grande, dá até para ficar cansado de ir de uma ponta a outra (leva pelo menos 30 min andando). Mas para facilitar tudo eles tem ônibus dentro do campus a cada 6 minutos. A biblioteca tem 6 andares, algo como 10 milhões de volumes e uma infraestrutura de dar inveja. Mais de 300 computadores, 4 escaners especiais para livros, impressoras por tudo quanto é lado, mesas para esdudo e algo como 200 pessoas trabalhando, entre a parte de livros, eletrônica, multimidia e mais mil coisas que eles tem por lá. Possuem computadores de útima geração com inúmeros softwares para utilização em todas as áreas de ensino, laboratórios de midia visual e audio, mini estúdios, coleção de jornais, artigos, mapas, documentos do governo e tudo mais. É impressionante o que os alunos (agora incluindo eu) tem acesso! Eles tem câmeras de foto e vídeo profissionais para retirada, só precisa apresentar a carteira da universidade e pegar.
Uma coisa que me chamou muito a atenção é a paixão e o orgulho que o pessoal tem pela universidade. Muita gente usa camisetas, bonés, mochilas e tudo mais da universidade. O assunto que mais se fala por agora é o início da temporada de Football (americano). Dizem que é um evento memorável (estou louco para que chegem esses jogos para ver como é), junta muita gente e o pessoal é fanático pelo College Football.



Ainda falando de esporte, é impressionante a atenção que os americanos dão para o esporte. Tem muita quadra, cancha e área de práticas esportivas, não só na Tech, mas espalhado por toda a cidade. Todas as praças tem alguma quadra de tenis, voley ou basquete. O centro esportivo da universidade é idescritível! Tem muita coisa e tudo de fácil acesso aos estudantes. Eles oferecem bolas, raquetes, esquis, bicicletas... tudo que precisa para esporte. Tem algo como 2 piscinas de natação, umas 2 para esportes acuáticos como polo e volei, uma pioscina com correnteza, que tu ficas girando na volta do complexo acuático, áreas para banho de sol (com e sem água) e muito mais. Quadras de basquete, academias (esteiras, biscicletas e peso) não deu para contar (tem muito mesmo). Tem racketball (ainda não sei o que é, só sei que tem como 10 quadras), parede para escalada, pista interna para correr... bom, devo ter citado pelo menos metade das coisas que eles tem no Rec Center (recriation center).

Bueno, já ando me extendendo de mais por hoje. Assim que tiver mais notícias coloco aqui! Um grande abraço a todos e obrigado pelo carinho de virem aqui no blog, terem paciência de ler e comentar.
Saludos!