"Alma, vida e poesia, tempo e pessoas queridas! Jornadas de tantos suores e de tantas alegrias!"

Caros amigos!

Bem vindos ao meu fogão virtual. Aqui vou manter atualizado sobre minhas andanças, fotos e trabalhos novos que venho escrevendo. Convido todos a participar, deixar recados e mandarem e-mails se quiserem!

Um grande abraço a todos e boa viagem por entre essas linhas...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Texas, por Borges

When I first came to Texas people here use to ask me if I was homesick, how was I feeling about being here away from my place. I always answer that I am really ok because I feel like at home here. Jorge Luis Borges also had this same feeling and following is a poem that he wrote when he came to the south plains. I want to share with you this beautiful poem by Borges:

 
Texas
 
Aquí también.
Aquí como en el otro
Confín del continente, el infinito
Campo en que muere solitario el grito;
Aquí también el indio, el lazo, el potro.
Aquí también el pájaro secreto
Que sobre los fragores de la historia
Canta para una tarde y su memoria;
Aquí también el místico alfabeto
De los astros, que hoy dictan a mi cálamo
Nombres que el incesante laberinto
De los días no arrastra: San Jacinto
Y esas otras Termópilas, el Álamo.
Aquí también esa desconocida
Y anciana y breve cosa que es la vida.
_________________________________________________________

Here too.

Here, as on the other extreme of the continent

-- the southernmost frontier -- the infinite field where the solitary yell dies.         

Here too the Indian, the lasso, the bronco.

Here too the secret phoenix that beyond history's uproars sings to an evening and its imprint on life;

Here too the mystic alphabet of the stars that today dictates to my quill names the incessant labyrinth of life refuses to sweep away:    

San Jacinto and that other Thermopylae, the Alamo.

Here too, that unknown and anxious and brief thing that is life.




Mais andanças por fazendas

Buenas pessoal!!

Desculpem minha ausência das letras, mas esses úiltimos dias tenho corrido um pouco mais que o normal e a inspiração não andava muito no meu costado. Mas bueno, desse último mês tem bastante histórias, vou contando elas despacito em diferentes posts para não enjoarem de ler.

Primeiramente quero agradecer o apoio de todo o pessoal ai do Brasil e aqui dos EUA para conseguir mais um feito. Consegui autorização e apoio de todos os lados (TTU, Agro, Capes) para poder ficar mais um semestre aqui nos EUA. Vou ficar aqui no Texas até Junho de 2010 aprendendo sempre e mais. Estou muito feliz pelo feito e muito grato pelo apoio principalmente de meus professores aqui e do meu coordenador ai na UFRGS, professor Emerson Del Ponte, que sempre acreditou em mim e no meu potencial e principalmente tem confiança na minha pessoa. Obrigado Prof. Emerson!! O professor Aderbal e o professor Christian que também me incentivaram a ficar. Pai e mãe muito obrigado também, pois sem vocês não seiria po$$ível ficar aqui (he.he).

Bom, vamos ao "relatório técnico" :

Desde que cheguei aqui no Texas tenho procurado aprender e obser var ao máximo tudo que posso. Por essas andanças tenho observado aspectos, técnicas e manejos que, alguns, meus olhos julgam "errado" (baseado no meu background). Felizmente sempre (e principalmente quando estou fora do meu ambiente) tenho em mente a máxima que "temos dois olhos e duas orelhas para observar e escutar bem e mais, e apenas uma boca para poder falar menos". Com isso tenho formado muitas novas opniões sobre aspectos que julgava saber algo. Quando cheguei aqui me falaram em manejo das pastagens por fogo. Na hora pensei "mas que coisa arcaica!! Como podem ainda fazer esse tipo de manejo?". Em uma das aulas com a Dr. Allen perguntei por que essa "adoração" pelo fogo que o pessoal tem aqui (existe uma cadeira aqui na faculdade que se chama "fire ecology"), ai ela me fez pensar um pouco sobre a região onde estamos (semi-árido, chove 400 mm por ano, plano e ventoso) e sobre eventos naturais e históricos. Tendo isso em mente, vê-se que o fogo se faz presente desde os tempos antigos, se não por eventos naturais por ação do homem nativo que habitava a região (tempo de retorno de 6 anos ou menos). Mesmo sendo pelo homem, há bastante tempo para a seleção e adaptação das espécies ao manejo por fogo. A quantidade de folhas senescentes que se tem nas pastagens aqui não é muito grande mas mesmo assim havería acúmulo de material morto na superfície, pois a taxa de decomposição é baixíssima (não tem humidade suficiente). Tendo em vista isso, é fácil para que se inicie fogo. Por experiência própria a Dr. Allen ela nos contou que colocaram fogo num experimento e tinham umas bandeirinhas plásticas (que usam para marcação de linhas de trasmissão de energia, água...) e que o fogo passou tão rápido que havia bandeiras que não foram queimadas. Esse é o tipo de fogo desejável, rápido, pois assim não queima a superfície do solo. É muito importante o entendimento do ambiente e dos fatos que constituem esse ambiente para que possamos entender o manejo, as utilizações e principalmente, para que formemos conclusões sobre o que estamos vendo. Felizmente guardei meus pensamentos para mim mesmo e não falei para ninguem que faziam manejo "errado". Se aprende muito por aqui!

No início de novembro estive com o Rodolfo (um amigo de Campina Grande, PB, que veio fazer umas pesquisas de mestrado aqui) em uma fazenda de um cara que conheci em um jogo de Football aqui na Tech. Wade Davis é engenheiro de helecóptero e nas horas que pode é fazendeiro (assumiu a fazenda do pai há alguns anos quando ele faleceu) e lá tem mantido um rebanho de novilhos certificados (hormone and medication free) para recriar (400 até 800 lb)e vender aos confinamentos na volta. Interessante foi o método de compra dos animais: existe um site na internet (http://www.superiorlivestock.com/) que tu anuncias animais para venda e dá as características; tudo tem garantia; o comprador acessa o site e procura o que mais lhe agrada; existe um representante deste site em cada região (em vários estados dos EUA) que avalia os animais para venda e acompanha a chegada e inspessão dos animais comprados; se há algum fora do padrão o site se compromete em repor o animal ou repor o dinheiro. Muito interessante o método e, segundo Wade, é muito confiável e nunca teve problemas. No dia que estavamos na fazenda dele ele esperava uma carga de animais vindos do Wyoming (19 horas de estrada) que foram comprados para fechar com as características dos animais certificados que ele já tinha pastando. Com essas certificações ele consegue até $10 (se não me engano)a mais por cada 100 lb de peso vivo (cwt). Ele cria os animais com feno (red top) e pastejando trigo.

Outro final de semana depois fui visitar o sr. Sammy Brown, dono do Brown Feeders, em Friona, TX. Conheci ele em uma reunião do Texas Cattle Feeders Association que fui em Amarillo umas semanas antes da visita. Muito atencioso, me mostrou o confinamento de 5000 cabeças que tem para preparação dos animais para confinamentos maiores. Ele faz esse serviço pois em confinamentos grandes há um custo maior de tratamento dos animais, por isso fazer acordos para alguem fazer essa primeira etapa de mudança de ambiente e alimentação (depois de desmamados). De novo me chamou a atenção a mão-de-obra utilizada.. Na propriedade são só um vaqueiro e um funcionário para alimentar os animais contratados e mais o dono e a esposa. O pessoal mete a mão na massa mesmo. Andando pelas baias ele me mostro diferentes padrões de qualidade de animais (diz que há alguns lotes provindos de estados onde até 30% dos animais adoecem, outros não chega a 10%). Outro dado que confirmou das aulas e de outros confinamentos que visitei é o problema com Charolais. É problema no confinamento (para engordar) e difícil de passar adiante também. Os animais Angus e Hereford cruzados com outras raças são os preferidos dele. Me agradou bastante do amochador que eles usam (foto) que é a gás e nunca esfria (o amochador é a gás, não precisa de aquecedor). As mascas em geral são todas elétricas. As pistolas de vacinação eram colocadas em uma bandeja de pintura com uma esponja embebida em solução desinfestante. Achei bem boa a ideia, pois acaba com aquele negócio de por a pistola direto na mesa e de bater a agúlha (que acaba perdendo o fio). Além disso creio que ajuda em manter a higiene.

Outro feito também foi que fui à fazenda do meu amigo Chris

Ashbrook acompanhar e participar do final da colheita de algodão - strip cotton (as fotos não são da fazenda dele). Bem interessante! Estava com receio de que não participaria de nenhuma colheita de algodão aqui (quase inaceitável estando numa das regioões maior produtora do produto no mundo).

Na ida para o Brown Feeders cruzei por um confinamento de ovinos. Quero ver se consigo voltar lá para visitar. Outra coisa que vi interessante foram os silos (para silagem) aqui. Quando fazem a silo compactam bem e não colocam lona por cima: chove tão pouco durante o inverno que não é uma grande preocupação com possíveis perdas por umidade. Na Argentina eu já tinha visto isso, mas lá estragava um pouco mais, por que chove mais, mesmo assim o segredo (sempre) está na compactação. Se tiveres um silo bem compactado com ou sem lona só há perada de uma pequena camada superficial.

Muito obrigado Wade Davis, Sammy Brown e Chris Ashbrook pela oportunidade da visita.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Meus pêsames

Foi com profundo pesar que recebi a notícia do falecimento do nosso querido Ir. Firmino Biazus. Sei que é um momento de muita tristeza para a comunidade Marista e também para a comunidade de Porto Alegre, pois ele era uma pessoa cuja influência ia além dos portões da escola, mas também creio que agora é um momento de refletirmos à respeito de toda a obra que o Irmão Firmino deixou durante seus vários anos como membro desta congregação; cada marca que ele deixou na vida de todas as pessoas que passaram pelo Colégio Rosário durante esses anos; cada voto de felicidade e prosperidade profeciado aos alunos do fundo do seu coração. Me alegra lembrar de ver a emoção dele diante de qualquer conquista de algum de seus alunos. Ainda hoje me lembro do espanto que tive quando o Ir. Firmino, pessoalmente, foi à Feira do Livro de Porto Alegre me saludar quando lancei meu livro e de ver a felicidade nos seus olhos por estar diante de mais um Rosariense conquistando um sonho. Não posso esquecer também da sua acompanhante no momento: a inseparavel e inigualavel Genô. Lembro das Semanas Farroupilha no colégio onde ele sempre vinha juntar-se à nós na roda de chimarrão e ver como tudo estava andando. Enfim, muitas memórias, muitos momentos belos que me vêm à recordação agora. Fico sentido pela partida mas muito feliz por ter conhecido e convivido com essa pessoa tão especial. Apamecor 017 Marcelo_e_Bento_no_palco_com_Ir_Firmino

Aos meus amigos, professores, coordenadores e colegas meus profundos pesares. Lastimo não estar com vocês neste momento difícil, mas sempre estarei presente de alma e coração. Ao Colégio Rosário meus profundos sentimentos,

Marcelo Wallau, Lubbock, Texas, 04 de dezembro de 2009.