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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Fazendas

Desde que vim para cá tive a oportunidade de conhecer algumas fazendas aqui na volta, ainda mais graças ao meu companheiro de casa, o Brandon, que trabalha para a John Deere e tem muitos contatos com fazendeiros. No primeiro fim de semana fui com ele para o lugar que ele trabalha, se chama Morton, umas 60 milhas aqui de Lubbock em direção ao Novo México, e la fomos visitar dois fazendeiros clientes e amigos dele.
O primeiro é um fazendeiro de algodão, Mike, que quando chegamos no campo dele ele estava operando um pulverizador auto-propelido (John Deere também). Depois de uma conversa breve, onde trocamos ideias sobre a atualidade do mercado agrícola brasileiro e americano (e comparação) e diferenças entre produção, produtividade e sistemas, fui dar uma volta com ele no pulverizador. É impressionante o nível de tecnologia que esses equipamentos novos possuem. O operador praticamente não faz nada, é tudo por GPS e piloto automático. Até a abertura e fechamento dos bicos é automática e feita com base em um mapa de satélite que mostra a lavoura e a área que já foi pulverizada e a que falta. O erro desses equipamentos é mínimo, umas 2 polegadas no máximo. A região de Lubbock e Amarillo produzem cerca de 25 a 30 % de todo o algodão e carne dos EUA. A grande maioria do gado é confinado e o algodão só se faz possível aqui por causa da irrigação. Se olhar de cima, como uma foto de satelite, é impossível contar todos os pivôs central que tem aqui na volta. Outro método de irrogação muito utilizado aqui é o gotejamento, por tubos enterrados. Mão-de-obra aqui é muito cara, por isso usam muita tecnologia no campo. O Mike trabalha em aproximadamente 2000 alqueires (830 ha) só com um funcionário. Por vezes o pai dele ajuda também na lavoura.



Depois dessa fazenda fomos a outra de um Texano que morou um tempo em Salta, na Argentina, e tinha uma fazenda lá também. Jason Williams trabalha com recria e manda os novilhos para os feedlots (confinamentos) na volta. Ele é um dos poucos, se não o único, na região que trabalha com pastejo (coisa rara de se ver por aqui é cerca), e é “mal falado” pela volta (chamado de louco até), ou não muito bem quisto, por que não planta algodão. O pessoal aqui é muito conservador e geralmente utilizam práticas antigas e ineficientes (principalmente quanto à irrigação e plantio, a pesar de toda a tecnologia de pivôs e tudo mais). Hoje fui lá na fazenda do Jason de novo e levei comigo um argentino de Chascomus, o Nicolas di Lorenzo, que conheci na faculdade, faz pós-doc em nutrição animal e tava afim de conhecer um pouco de produtores da volta. Um dos assuntos que conversamos foi a viabilidade de plantar algodão e outras coisas aqui, como trigo e sorgo granífero. A margem de lucro é baixa ou nula por vezes, mas como existem subsídeos do governo seguem produzindo, mas o pessoal não se dá conta das alternativas que tem na volta para produzir outras coisas e com menor custo (isso também foi um assunto que discuti com a Dr Allen e que ela tem várias pesquisas sobre). Jason me disse que pode comprar a produção dos vizinhos para alimentar o gado dele e é mais barato para ele do que produzir grão. Tem umas dispariedades interessantes aqui para analizar, mas isso é tema para uma tarde de conversa.
A visita fui muito boa, a pesar de eu já ter ido lá vimos outras coisas mais e conversamos muito. Uma aspecto que deixou o Jason bem feliz esse ano, e que aconteceu muito parecido ai no RS, foi que o preço do terneiro e do novilho (boi) estavam muito parecido, algo em torno de 98 cents e 96 cents respectivamente e ele tem a produção toda vendida já (acordos com os confinadores). Com isso ele consguiu alavancar muita coisa no negócio dele, até por que ele tem essa área (4500 alqueires) desde novembro de 2008.
Para alimentar o gado ele tem um suplemento que preciso perguntar de novo a base de quê que é, pasto nativo, sorgo para pastejo e para silagem. O sorgo que ele tem para silagem é todo irrigado, com pivô central, e semana que vem creio que vai começar a colher (se tudo der certo vou lá dar uma olhada na colheita).



Outro lugar muito interessante que tenho ido é a fazenda da Tech (estação experimental). Na última quarta-feira fui com a Dr Allen pesar um gado que está em um experimento de algodão não irrigado e rotação algodão, tyfton, uma setária (fox tail milot) e trigo. Novilhada com um bom padrão (840 lb) e com um ganho bem impressionante para a região e para a época (ainda mais com verão mais seco), cerca de 2,5 lb/dia. O manejo do gado na mangueira é muito prático e simples. Para levar o gado colocam num reboque (e dos grandes) nas camionetes e levam para a mangueira. Para volta fazem o mesmo. A mangueira é toda desenhada para facilitar o manejo, com ângulos que não fazem o gado parar e na pera e no brete tudo redondo e de chapas metal (não tem diferença de luminosidade, como seria se fosse de tábuas espaçadas, o que facilita para o gado andar). A tezoura ou tronco (squeeze chute) é hidráulica e tem balança ali mesmo. Não se faz nenhuma força, apenas aciona-se algumas alavancas e o tronco se abre e fecha. Interessante é que imobiliza mesmo o animal, aperta o pescoço e os flancos também.
Bueno, acho que já me extendi por demais aqui, espero que tenham gostado das notícias e das comparações aqui. Um grande abraço a todos e até a próxima!

Um comentário:

  1. Oi Marcelo!
    Bom ver que estão bem!
    Alguma grande praga na fazenda? Heheh
    Coisa de profe de ento...
    Grande abraço,
    Simone

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