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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Final de semana em Gainesville

Fim de semana passado fui, a convite de um colega de aula, passar em uma fazenda em Gainesville, TX, perto de Oklahoma. A cidade é pequena, uns 20.000 habitantes, mas a região é muito conhecida pelos ranchos de cavalo, em grande maioria Quarto de Milha. A infraestrutura dos caras é de invejar, muito bem aparelhados e a cavalhada em geral de qualidade superior. Não chegeui a visitar muitos ranchos, mas nos que tive deu para ver que o pessoal não brinca em serviço! Na ida para Gainesville passamos pelo famoso 6666 Ranch, tem algo como 100.000 acres e 10 mil cavalos, uns 35 veterinários para cuidar de tudo e uma infraestrutura na sede que fica difícil de comentar (quero ver se consigo fazer uma visita a esse rancho; esses dados me foram passados por esse meu colega).

A região essa de Gainesville já é muito diferente daqui de Lubbock: a topografia não é tão plana, chove mais e já estamos na região com árvores (aqui em Lubbock chove uns 470mm por ano e quase não tem árvores no campo, salvo alguma mais adaptada à seca, como a “mesquite”).
Indo nessa fazenda e em outras que já visitei aqui ou mesmo que ví cruzando na estrada notei o quanto de ferro-velho que esse pessoal junta. É impressionante a quantidade e variedade de coisas que tem espalhada, em geral, pela sede. Em especial nessa que fui o final de semana pude encontrar caminhão (até uns que funcionam), camionete, trator velho, lancha, um ônibus, canos, toneis e por ai vai. Me disse o meu colega que o avô dele gostava de juntar o que conseguisse e colocava lá para um dia usar, mas em geral esses ferros-velho se formam dos implementos e materiais que “não tem mais utilidade” na propriedade. Utilidade é algo relativo, por que como aqui toda a hora tem algo novo (o último modelo da máquina que compraste ano passado saiu agora) eles sempre trocam achando que a “velha” está obsoleta. Como é fácil de conseguir crédito e de comprar por que os preços não são que nem os nossos no Brasil eles trocam e mutas vezes deixam os equipamentos velhos atirados. O pior de tudo é que não reutilizam nada, nem partes, nem material, deixam tudo jogado (não é geral, mas a maioria). Se vão fazer uma cerca nova, por exemplo, não utilizam os canos velhos que tem na propriedade, mas compram novos, até por que os velhos pode ser que tenham que cortar.
Além de equipamentos, ferramentas é muito comum de ver de todo o tipo e tamanho nas propriedades. Isso é muito bom por que reduz a dependência de ter que ir na cidade ou chamar alguem para fazer o serviço, além de que diminui o esforço também (aqui vale a lei do mínimo esforço). Além do mais, comprar ferramentas é muito mais barato do que ter que pagar para alguem fazer uma solda, por exemplo. A mão-de-obra é extremamente cara (acho que já comentei isso) e (muito legal também) o proprietário trabalha com poucos empregados ou sozinho, então tem que por a mão na massa mesmo. Aqui eles fazem desde consertos no banheiro ou no galpão e semear a lavoura até avaliação financeira da propriedade e administração (o pessoal trabalha bastante também).
Comparando esses aspectos com o Brasil chego à conclusão que nos sabemos aproveitar melhor o que temos disponível e inventamos mais, por que o crédito e o material são caros, ou seja, tem que se virar com o que se tem disponível, achar alternativas. Ao mesmo tempo passamos mais trabalho para realizar as tarefas, por que nem sempre temos as ferramentas para facilitar o serviço (até por que são caras) e em geral o proprietário ou o gerente não está na parte braçal do serviço, e sempre tem alguém para fazer o que se precisa.

Um comentário:

  1. Que bom que tá aproveitando tua experiência campeira daqui para fazer os contrastes com a situação do campo daí, gostei da explicação e concordo com a conclusão. Tô aprendendo só lendo teus relatos, coisa boa hehe.
    Abraços, continua postando que aprender nunca é demais

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