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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Fim de Romance

(Leitura de um quadro de Antônio Parreiras, Final de Romance, 1912, Pinacoteca de São Paulo)

Foi numa estrada deserta
Num fim de dia nublado,
Viu-se um cavalo encilhado
Nenhum ginete por perto.
Bem aperado pra lida
Parado feito estátua
Quem de longe enxergava
A cena não entendia

Mas quem se aproximava
Sentia o cheiro de sangue
E via no mesmo instante
Que a cena não acabava.
Um par de botas estendido
E o cavalo de rédeas soltas
Tinha a cabeça baixa
Cheirando um vulto no chão

A garrucha desarmada
Num último rástro de pólvora
E o seu destino comprova
Que a vida não vale nada
Por causa de amor
Se findou pra um a estrada
A camisa agora encarnada
Também mancha o corredor

E o colorado, pobre parceiro
Como velando um amigo
Parado, sem entender o sentido
Deste fim por sofrimento
Parecia não creer
No que via a sua frente
Como esperar que o ginete
Ainda voltasse a viver

O que deixara no rancho
Além de ausência e saudade
E a erva azeda de um mate
Que deixara antes de ir?
O pelego que curtira
Para ela de regado
Junto de um ramo de flores
E de um violão calado

E por um amor esquecido
Ou falta de um bem querer
Um gaúcho decide morrer
Por um fim sem sentido
Fora a última encilhada
Pra ver a prenda domingo
Por um romance perdido
Foi o fim da sua estrada

São Paulo, SP, Junho de 09
Lubbock, TX, Outubro de 09



Um comentário:

  1. Trova buenaça, tche!!

    Passei aqui de esbarro
    E assim se me deparo
    Com tal charla campeira
    Ilustrando a cena triste
    Do gaudério morto no barro!

    Abraços, parabéns!!

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