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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

EM OUTRAS QUERÊNCIAS

 

Coloreou-se o céu em fim de tarde

O rubro se confunde com a estrada

Um quero-quero voa alegre em rebeldia

Tendo o mundo só para si, e mais nada...

 

As roças se mesclam entre lindeiros

No lusco-fusco pressagiando noite clara

A vaca berra, procurando seu terneiro

Que vem correndo, e pela chuva logo esbarra...

 

De rosilho transformou-se o céu mestiço

Num encarado prenunciando um bom tempo

Na volta às casas vem um piá no seu petiço

Junto da ceifa que há pouco estava colhendo

 

O ocaso que por belo, só encanta

Se mistura à liturgia de um amor

Essa paixão que o campeiro tem do campo

Que por agrado fez ali seu vertedor

 

A natureza que por bela nos ensina

O quão pequeno que somos ante ao todo

A precisão de processos e enzimas

E a força d’água da Garganta do Diabo

 

Na mata, que por virgem espreitam lendas

A pintada fez ali seu parador

Nos que ousamos tomar conta de sua casa

Às vezes nos pega por susto ou por temor

 

Já bem mais tarde, quando o céu se borda todo

Vejo o cruzeiro mostrando o rumo pro sul

E as Três Marias que carregam o meu sonho

De ver paz sob este mando azul

 

De manhã cedo os cantos em sinfonia

Se juntam ao cheiro das matas e de flor

Pois o jasmim me traz cheiro de esperança

Quando procuro nos meus rumos arpoador

 

Quando dou conta, germinaram muitos sonhos

Muitas idéias e vontades com vigor

Sigo andando peregrino por caminhos

Vou buscando para a vida vertedor

 

 

Se ando errante busco paz, entendimento

Assim vou vendo o que a vida reservou

Se o destino propuser vou aprendendo

Rodando o mundo, sem medo, assim me vou

 

Vejo que o rumo, aos poucos, negaceia

Peso meus planos, já é hora de voltar

Deixo aqui um manto enorme co’minhas ânsias

Para um dia quando possa regressar...

 

 

Fazenda Toca da Onça, Toledo, PR, 22-fev-2009

 

 

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